quinta-feira, 31 de maio de 2007

No fun

Não sou muito chegado a essa coisa de comemorar aniversário. O meu, claro, que tipo de doente liga pro aniversário dos outros? Mas meus últimos 7 de janeiro têm sido marcantes.

Tirando esse último, em que eu estava (e continuo) desempregado, os outros dois penúltimos foram passados no trabalho. Em 2005, completando 20 anos, passei praticamente o dia na faculdade (embora não trabalhando, mas lá era meu local de trabalho, afinal) tentando me matricular (por que, deus, por que tem que ser tão difícil?) e vendo a esperança de ao menos pegar um cinema com os primos ser destruída porque aparentemente a pessoa que organizou a 'comemoração' não estava lá muito afim de ver o filme do Bob Esponja.

Em 2006 passei todo o dia em Ribeirão Preto, numa bendita convenção da firma (cuja camiseta comemorativa eu estou vestindo agora - não faço nada o dia todo, por que tiraria o pijama?), participando de atividades coletivas constrangedoras, assistindo palestras sobre qualquer coisa sobre a qual não prestei um fiapo de atenção e vendo meu chefe chorando na frente de todo mundo enquanto tentava nos convencer de que venceu na vida, mesmo tendo nascido em berço de ouro.

No meu último fechamento do movimento de translação passei parte na praia, sentado em uma cadeira e olhando pro mar enquanto minha bexiga segurava as lágrimas (madrugada, tinha nada aberto e eu não ia pôr meu pipiu pra fora na frente daqueles malucos!); parte dormindo enquanto minha família tinha aquele almoço conjunto gostoso e meus avós, que vêm pra São Paulo a cada dois anos, se despediam; e a parte que sobrou assistindo às mesas redondas noturnas (que se já são um saco em épocas gordas de assunto, imagine como é quando a atividade esportiva no país se resume à primeira rodada da Taça São Paulo de Juniores), mas não sem dar aquele pulo na cozinha durante os intervalos pra beliscar o bolo de caixinha maior gostoso que minha mãe me fez e fazer a contabilidade de quantas pessoas lembraram do meu aniversário (uma mão pra contar e a outra pra anotar).

Em geral, aniversário é tudo a mesma bosta. O mais legal que eu consigo lembrar foi quando eu fiz 10 anos, e minha festa foi decorada pelos Cavaleiros do Zodíaco, com aquele bolão sempre gostoso da dona Lurdes se exibindo no meio da mesa. O que me incomoda é pensar que muito provavelmente meu próximo aniversário vai acontecer comigo ainda nessa situação de miséria (animado pra conseguir um emprego? claaaaaaro), e como vai ser segunda-feira e minha mãe não vai poder me fazer um bolo, vou ter que comprar um bolo Pullman no mercado mesmo.

Ou tentar aprender a fazer um, mas será que se eu começar a tentar agora, até lá eu consigo?

Um comentário:

Anônimo disse...

Sabe quem faz 40 anos de vida hoje?
O Sargento Pimenta!! Parabéns pra ele!