domingo, 13 de maio de 2007

Eu te vivo, você se morre

Acabo de chegar de um churrasco com o pessoal da já antiga faculdade. Como a freqüência com a qual a gente se vê, assim todo mundo, é ínfima, foi bem bom ter esse tipo de reunião de novo.

E conversa vai, conversa vem, todos os 14 ali agrupados numa mesma roda (o último churrasco, pouco após o término do curso, tinha mais de 30, então era impossível evitar as panelas), até que chega em um tipo de assunto que é pólvora pra qualquer bate-papo entre pessoas que conviveram durante muito tempo: a vida dos outros.

Como estávamos em 14, o que não faltava eram costas pelas quais pudéssemos falar. E a cada comentário sarcástico, a cada piadinha maldosa, via-se fácil os sorrisos estampados pelos rostos de todos, satisfeitos em lavar roupa suja de terceiros ali, entre amigos, bois e cervejas. Falar mal de pessoas pelas costas é, depois das citações óbvias, das coisas que proporcionam mais prazer nesse mundo. A minha vida é uma merda, nada de bom acontece, então vou cuidar da dos outros - simples assim. Cuidando, mas não se responsabilizando - é perfeito, é tudo que não podemos ter pra nós mesmos.

A gente vive a nossa vida por obrigação, mas vive a dos outros por esporte.

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