domingo, 20 de maio de 2007

Ô ô ô ô ô, my brother

Eu tenho um irmão, que é um ano e sete meses mais novo, mas como minha mentalidade estacionou aos 13, ele é o mais velho da nossa faixa na árvore genealógica. Embora eu nunca tenha achado isso, de tanto todos repetirem que nós somos parecidos, acabei me convencendo.

Nós somos ao mesmo tempo muito parecidos e muito diferentes. Quer dizer, embora a cara seja a mesma, o que se passa dentro da cabeça geralmente é bem diferente, mesmo que em ambas provavelmente nada de bom esteja sendo pensado. Nós já somos diferentes pelo comportamento: eu sou o quieto, ele é o falador, eu sou o publicitário, ele o matemático (por mais que a ordem pareça invertida), eu sou o careca, ele o nem tanto. Ontem mesmo eu fui ver um show da Pública, uma banda gaúcha de rock, com cerca de 20 pessoas assistindo. Hoje ele foi a uma micareta, cheia de baianos pulando em cima de um trio elétrico e com milhares de pessoas fazendo seu carnaval embaixo.

Mas temos também nossas semelhanças: gostamos de jogar bola (embora ele seja cem trilhões de vezes melhor que eu), gostamos de tocar violão (aí eu já ganho), gostamos de Los Hermanos, somos são paulinos, filhos das mesmas pessoas e desempregados (ele por obrigação, eu por ineficiência). Já vi uma cacetada de casos de irmãos que não se suportam, que brigam o tempo todo, que isso e aquilo. Embora ele agora esteja vivendo em São Carlos, nossa convivência nunca foi atribulada, e brigamos bem pouco durante nossa infância. Vou mentir se disser que gosto da companhia dele o tempo todo, especialmente porque gosto de ficar sozinho, mas não tenho nenhum problema em dividir dois finais de semana por mês com ele. Para o resto do tempo, tenho a companhia da Maria, minha cachorra, irmã, filha e tudo mais. E na moral, eu acho que ela parece mais com ele que comigo - mas ao menos não fica usando a internet o tempo todo, e deixa um pouquinho pra mim.

Ok, confesso, eu prefiro a Maria. Mas isso morre aqui.

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