segunda-feira, 21 de maio de 2007

Boa noite e boa sorte

Quando conto para algum parente um pouco mais distante ou algum conhecido da família de mais idade que sou formado em publicidade (ou que estava estudando, quando me perguntavam antigamente), uma das coisas mais comuns de se ouvir é 'ah, daqui a alguns anos a gente vai te ver apresentando o Jornal Nacional'.

Nem vou entrar na questão da completa ignorância da pessoa quanto às atribuições da minha profissão (é como contar pra uma criança que Papai Noel não existe: certas coisas é melhor você não saber). O que me incomoda é imaginar por que alguém acharia que o nirvana de um profissional da comunicação é apresentar um telejornal. Veja bem: eu passei 15 anos estudando e me formei na faculdade aos 21 pra fazer algo que eu daria conta aos seis! Senta na frente da câmera, de terno e bermuda, e vai lendo o que passa. Muito simples.

Você pode dizer que o Bonner é editor-chefe do Jornal Nacional, que o Boris Casoy é um jornalista conceituadíssimo e que o Cid Moreira leu toda a bíblia com um microfone nos beiços, mas eles são todos old school, de quando se pensava que a televisão poderia passar alguma credibilidade. Sílvio Santos, esse sim um gênio da comunicação por um tubo tascou logo duas gostosas - que provavelmente nunca abriram nem a página de quadrinhos de um jornal - com as pernocas de fora pra dar as notícias do dia. Incompreendido por nossa sociedade retrógrada, acabou voltando atrás, mas um dia perceberão sua grande sacada.

Porque, na real, jornalista é quem escreve a matéria. Apresentar, qualquer pessoa alfabetizada e com uma dicção minimamente compreensível (não é meu caso) pode fazer tranqüilamente. Televisão não é lugar de credibilidade, é de aparência. Esse é o motivo pelo qual eu nunca apresentarei o Jornal Nacional.

No mais: Sílvio Santos, bota a paraíba de volta no lugar do Tramontina!

2 comentários:

Anônimo disse...

haahahhaha ainda põe a paraíba quase pelada no blog...

e sigo lendo =)

Thiago Padula disse...

E volte sempre! =P