Depois que eu desisti de ser astronauta e jogador de futebol, a idéia de carreira que mais formigou pela minha cabeça foi a de jornalista. Não que eu achasse a profissão aquelas coisas, mas eu sabia que o Laerte era jornalista, e aí você conhece a história, os que podem pavimentam seu caminho, os que não podem vão na cola dos outros. Então, coisa de seis meses antes do vestibular, um golpe de pincel me desviou e eu decidi fazer publicidade. E aí, se você já lê esse blog há algum tempo ou me conhece um pouco, sabe o quanto me arrependo.
Mas, pensando bem, e com todo respeito a qualquer jornalista que possa entrar aqui por engano, que profissão de corno do caramba.
Veja se eu entendi bem: tem a fonte, e ela dá uma informação foda pro jornalista. Nosso amigo publica a notícia, e acaba atingindo gente poderosa que não gostou da história. Então a gente poderosa encosta o queridão no muro, dá-lhe um murro no estômago e pergunta, suavemente: 'de onde você tirou essa informação?'. O jornalista, cumprindo bravamente sua ética profissional, grita 'jamais direi!', e cospe na cara do poderoso. A porradaria se segue, e a tal da fonte fica ali quietinha, observando tudo calmamente, coçando o queixo e olhando pro alto.
E aí você faz uma reportagem incrível, ganha o Prêmio Esso, é reconhecido, trabalha na maior rede de TV do Brasil. E é fatiado pela lâmina da espada samurai de algum traficante.
Ei, qual a graça disso? Ser jornalista não é legal, legal é ser a fonte! Não é claro? Uma opção, já mostrou nossa amiga Mônica Veloso, é se envolver com algum parlamentar, protagonizar um escândalo e encher o cu de grana posando nua depois. Ela sim é esperta.
Mas pode ser que alguém venha aqui e diga 'ela não era jornalista!'. Até aí, Marcos Valério também não é publicitário e você não me vê defendendo a classe. Então seja homem e assuma logo, caralho.
E então tem aquele outro puritano que acha um nojo sair dando pra senador, ou alguma dessas espécies menos favorecidas pelo caráter. O mundo aí fora é perigoso, todos podem ser cruéis. A solução? Ficar com outro jornalista, ora!
Foi o que pensou a jovem e ingênua Sandra, quando caiu de amores por seu chefe Pimenta...
Update (na miúda): arrumei ali em cima o nome da Mônica, porque o burrão chamou a jornalista pelada pelo nome da atriz-delícia. E ninguém pra falar também, hein!
quarta-feira, 16 de abril de 2008
I read the news today, oh boy
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Um comentário:
Sim, é uma bosta de escolha. Não dá dinheiro, ninguém gosta de vc (porque te acham fofoqueiro, e geralmente somos mesmo) tem o lance das fontes, tem o lance que um entre um milhão ganha o prêmio esso e blá. Mas o pior de tudo, eu acho, é passar quatro anos de faculdade tendo sonhos de grandeza, guerras, catástrofes, escândalos nacionais e acabar cobrindo o dia a dia dos bancários. Mimatagora, mimimi, etc.
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