sexta-feira, 25 de abril de 2008

O primeiro gol a gente nunca esquecemos

A época da faculdade foi de muitas mortes pra mim. Talvez por ser um período de transição pra fase do chefão adulta, o que ocorreu foi que vários dos meus eus foram tombando no campo de batalha.

Alguns exemplos? Então, teve a morte do eu mangazeiro, do eu prolífico, do eu com cabelo (oh, deus, por que não me levaste no lugar dele?), do eu vedor-de-Seinfeld-todo-santo-dia e, oração sem sentido para separar o item mais importante dessa lista, do eu futebolista.

É, eu jogava bola. Rodava essa cidade atrás de qualquer retângulo gramado onde desse pra rolar uma bola de capotão. Aí, tão abrupto quanto o penhasco por onde caem os carros dos bandidos no último capítulo da novela das oito (nove?), foi o fim do eu boleiro.

Passaram-se os anos, e repentinamente surgiu a oportunidade de fazer esse Romário ressurgir das cinzas. Na primeira quarta-feira, o insuportável peso dos anos de limbo pulou nas minhas costas, e a falta de preparo tanto físico quanto técnico fizeram do meu renascimento uma vergonha. Tudo bem.

As quartas-feiras se seguiam, e gradualmente fui me recuperando, alternando bons e maus momentos, mas já garantindo a confiança daqueles que viram em mim um dedicado guardião da defesa da equipe. Mas então começou a faltar algo, algo mais importante que qualquer coisa no futebol: o gol.

Eu ia, chutava, pegava na trave, chutava, pegava no zagueiro, chutava, ia pra fora. Mas foi quando, na última quarta-feira, um golpe certeiro de cabeça me transformou no jogador mais importante do mundo por um frame. Pescoço pro lado, olhos abertos, testada firme, bola na rede, woo hoo.

É bem verdade que a bola mais bateu na minha cabeça que eu bati nela, mas who gives a fuck?, o que importa é o gol. Meu primeiro gol.

Rumo ao milésimo agora.

---

Falando em renascimento, meu celular subitamente saiu do coma e apareceu dando olá como se nada tivesse acontecido. Ainda bem que eu não sofro desses dramas da vida moderna, porque depois de dois meses sem celular qualquer pessoa mais neurótica (ou com mais amigos) teria se matado.

3 comentários:

Renato Sansão disse...

Padoka,
Agora que vc é um matador, quando vai tomar vergonha na cara e fazer sua estréia no Pede pro Açaí???

Meu cel tá no coma também. Engasgou na piscina, e não dá nenhum sinal.

Thiago Padula disse...

Ainda preciso acertar os detalhes da minha documentação junto à Federação, mas assim que tudo estiver acertado eu vou beijar a camisa e prometer dar tudo de si.

Renato Sansão disse...

Boto fé!!!!!!!!

Baresi, Basílio ou Zidane????