terça-feira, 29 de abril de 2008

Meu fi, minha fia

Esses dias me peguei pensando, após uma ligeira avaliação desses meus 23 aninhos de vida, sobre o que eu gostaria de preservar e o que gostaria de evitar quando tiver um filho.

A primeira coisa seria desencorajá-lo de chegar perto de papel e giz de cera. Esse negócio de desenhar não dá camisa a homem. Mas também não ia ficar colocando ele em tudo quanto é curso, o moleque precisa de todo o tempo livre pra brincar. No máximo, um tradicional inglês.

E eu quero que ele aprenda a tocar um instrumento, de preferência baixo ou bateria, pra gente formar uma banda. Vou deixar ele jogar meus video games velhos (porque nos novos ninguém tasca), e vou comprar uma bola de capotão pra ele fazer amigos na rua. Mas não vou deixar empinar pipa porque é coisa de retardado perigoso.

Ah, e vai comer de tudo. Tem essa de bolacha e salgadinho não, vai comer feijão e arroz. E vai estudar, quero ver nota boa na escola. Não quero que seja encrenqueiro, mas ele vai ter meu aval quando precisar quebrar a perna de algum moleque folgado.

E ele vai ter todos os cachorros e gatos que quiser. Mas vai ter que rezar sobre o túmulo de Maria todo dia. E pode ter amigos imaginários, desde que não sejam má influência.

Também vou acostumá-lo desde cedo à idéia de que a mãe dele é frígida, pois não quero que imagine os pais transando. E nada de trazer menininha pra minha casa, vou construir um porão pra ele levar as piriguete e passar o rodo. No aniversário de 18, claro, vai fazer excursão pro puteiro.

Agora, se for menina, é quase tudo isso, mas vou matá-la aos 14 anos pra não ter que saber que filha minha tá dando pra marmanjo por aí.

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