domingo, 15 de julho de 2007

Cu de ferro

Num post do João em que ele sem-vergonhamente expõe sua nerdeza eu comentei que na minha escola meninos assim apanhavam. Pois bem, eu era um menino assim.

Já cansei de dizer que não me orgulho da minha juventude, e bem, tá aí por que. E não era só pelas notas altas, porque eu sequer era um cara muito esforçado - eu era bom mesmo. Mas naquela época eu jogava xadrez no intervalo, disputava olimpíadas de matemática e jogava de caneleira no campeonato interclasses (e fui o vice-artilheiro, a caneleira era mágica). Primo que estudou na mesma escola depois de eu ter partido pro negro período da pós-puberdade disse que tinha professor que ainda falava de mim na aula (o que eu acho que é mentira, mas enfim).

Agora, um segredo que eu nunca contei pra ninguém: eu sou bem cagão, sempre fui, né. Quando entrei na tal escola, onde fiquei da primeira à oitava (ou, segundo os padrões atuais, do segundo ao nono), eu morria de medo de ter a atenção chamada na frente de todo mundo. Solução pra isso: fazer tudo que a professora mandava. Sim, é ridículo, mas o que girou o moinho da minha bem-sucedida carreira primario-ginasial não foi a vontade de aprender, e sim o medo de levar carcada. O problema é que, nessa de ser um bom aluno, eu não treinei muito em ser uma boa pessoa, então sempre fui bem sem-noção, fazendo comentários inapropriados, piadinhas descabidas e intervenções constrangedoras. E exatamente por essa falta de tato ao me expressar eu levei algumas das maiores comidas de rabo da vida. Que adianta tirar 10 em geometria se não sabe que é errado remedar o colega que anda mancando?

Não sou um grande fã da violência física, mas às vezes acho que algumas boas surras poderiam ter tornado as coisas diferentes.

Um comentário:

bb disse...

Tinha um menino assim na minha sala da 7a série. Todos o odiavam.