segunda-feira, 23 de abril de 2007

I used to love her, but I had to kill her

Naquele ímpeto de encontrar razões claras para coisas obscuras, agora estão atribuindo a uma música do Guns n' Roses, ou ao rock como um todo, a culpa pelo massacre na universidade da Virginia (leia aqui).

Não entendo esse costume metonímico da opinião pública de culpar a parte pelo todo. Atribuir a responsabilidade de uma coisa tão gigante e absurda quanto um maluco esburacar 32 pessoas a uma... música?!

Na matéria que eu linquei acima, cita-se também a chacina de Columbine, em que crucificaram o pobre (?) Marylin Manson. E, pra termos um exemplo mais próximo, basta lembrar do outro retardado que saiu metralhando neguinho no cinema no meio da sessão de Clube da Luta (best movie ever).

A mãe não protege o filho, os colegas da escola o esculacham, o Estado despeja mendigos pra ele pular na rua, e aí ele ouve uma música e fica louco.

Ao invés de procurarmos padrões e razões para detectar como age um louco, deveríamos entender que algo tão atípico vem justamente da sua imprevisibilidade. Culpar as leis (sempre fui contra o comércio livre de armas de fogo, mas não vou me aproveitar disso agora), ou o rock, ou qualquer outro fator isolado é bobeira. Quando Deus fez Adão, sabia que poderia existir um Caim. Domesticamos os cavalos, domamos os leões, comemos as baleias, mas e dos homens, quem cuida?

Um comentário:

Anônimo disse...

as mulheres?