domingo, 28 de dezembro de 2008

Her day will come

Você lembra que lá no comecinho do ano eu me abri em elogios aqui à Mallu Magalhães, né? Fiquei realmente empolgado com as demos que ela tinha colocado no MySpace e vi nela um ótimo alento pra música pop brasileira, tão castigada nessa década.

Daí o tempo passou, ela estourou, apareceu em tudo que é programa de TV, virou vinheta na MTV, gravou propaganda pra Vivo, abriu pro Jesus and Mary Chain e protagonizou dois tórridos romances com nomes quase-importantes da nova música brasileira (o que a torna a Pattie Boyd tupiniquim), um dos quais escandaloso. Mallu foi, para o bem ou para o mal, o grande nome da música nacional em 2008.

Apesar da antipatia crescente que ela ia gerando (tinha gente reclamando da superexposição, do jeito como ela falava nas entrevistas, das pinturas no olho e etc. Das qualidades artísticas mesmo ninguém falava, o que é praticamente um atestado de 'fenômeno pop'), fui acompanhando satisfeito as novas músicas e o desenrolar da carreira. Há uns dois meses atrás eu vi um show e tive o primeiro 'epa!', mas preferi ficar na minha. Agora, depois que ouvi o disco completo, posso dizer: foi quase.

Olha só, Tchubaruba e J1 são duas grandes músicas. Letras imbecis, poucos acordes, melodias suaves, refrões bacanas e aquele vocal preguiçoso que lembra Jack Johnson. O background folk que ela deu para as primeiras músicas, as que me fisgaram, é muito legal também. São músicas prontas pra estourar. O pobrema é que em algum ponto ela realmente sentiu-se conectada a essa coisa de emular músicas de 50 anos de idade, e aí fudeu tudo.

Eu gosto de folk, gosto de blues, gosto de country, mas acho que não é a dela. Quando canta doces canções pop, a Mallu é exatamente o tipo de coisa que o mercado fonográfico brasileiro precisa. Mas quando ela acha que é uma diva do R&B, não rola. Fica chato. Porque não é sincero o bastante (e, sejamos justos, xerocar canções do começo do século passado sem virar pastiche é muito difícil), e nem ela canta bem o bastante. Falta a alma, a garra, e então tudo o que sobra são tristes imitações de cantores negros e Bob Dylan.

Aliás, aí pára tudo. Mallu, eu gosto do Dylan também, talvez até mais do que você, mas ele CANTA MAL PRA CARALHO. Não vai nessa.

A impressão que eu tenho de 2008, como um todo, é de que foi um ano que ficou no 'quase'. Muita coisa legal, muita coisa bacana, mas faltou aquilo, sabe? Sendo assim, nada mais sintomático que o disco da Mallu exale essa mesma sensação. Mas tudo bem, ela é nova ainda e tem muito tempo pela frente. Vamos esperar.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ficou com vergonha de ter se derretido todo por essa garota no começo do ano. Hein?

Renato Sansão disse...

O Camelão furou ozóio do Padokinhaaaaa =D

Thiago Padula disse...

- Do jeito que eu gosto de Los Hermanos, se alguém aí furou meus olhos foi a menina.

- Iiiiih, que bicha!

- Eeeeepa! Veja lá como fala, sua sirigaita! Bicha não, eu sou uma quase... Mallu Magalhães.