Eu, como a maioria das pessoas, tenho duas famílias (o que é quase uma raridade na minha árvore genealógica, já explico por que): a do papai e a da mamãe. A do papai (os Oliveira) é de nordestinos e fudidos em geral, e a da mamãe (os Padula) é de mineiros da roça que, em alguns casos, se deram bem na vida.
Nesses meus vinte-e-três-quase-vinte-e-quatro aninhos de vida, recolhi uma pancada de histórias, especialmente dos Oliveira, que costumam caminhar na tênue linha que separa o engraçadinho do 'puta que pariu, tá zoando?!'. Há, nessa coleção, três absolutamente inacreditáveis, nas quais eu mesmo nem acredito muito, mas que estão cheias de testemunhas que juram de pé junto que aconteceram. São mais ou menos assim:
1 - O traque e os Mamonas Assassinas
Eu moro num lugar em que moram umas quinze pessoas. É mais ou menos como a vila do Chaves: são várias casas unidas pelo mesmo quintal. Abaixo da minha choupana moram meu tio (personagem A) e minha tia. Na casa à esquerda do cortiço fica o lar do anão, e na casa à esquerda do anão morava uma senhora (personagem B), que era famosa na rua por ser avó do Sérgio e do Samuel, dos Mamonas Assassinas.
Pois bem. Ocorre que, às vezes, a tal da velha ia bater lá no portão reclamando que meu tio peidava alto demais e não deixava ela dormir. Tipo, a velha morava duas casas pra baixo da nossa.
Algum tempo depois, já após o acidente que levou seus netinhos pro além, ela foi encontrada morta na cama. Morreu enquanto dormia.
Fico pensando que, se meu tio tivesse peidado naquela manhã, talvez ela estivesse viva até hoje.
2 - O sutiã fugitivo
A uns 10 minutos de casa ficava um mercado que hoje é um desses mercados de pé-rapado, o Dia% (?). Estavam lá minha vó e minha tia, irmã dela. Caminhavam sossegadamente pela calçada quando, por algum motivo, minha tia resolveu olhar pra trás e tomou um susto.
- Olha, Lena, tem um sutiã roxo no pé do poste.
Minha vó olhou, virou-se pra frente, puxou o colarinho da blusa e deu uma espiada lá dentro.
- Ih, é meu!
Pois é.
3 - Use sempre o cinto-de-segurança
Essa é mais recente. Estavam no carro meu irmão, no banco de trás; minha tia-prima (sim, na minha família todo mundo se casa com parente), no banco do motorista; e uma outra tia, a esposa do tio que é dado ao flato, no banco do passageiro.
Chegaram em casa, a tia que dirigia parou o carro e a outra desceu. Meu irmão, ao tentar empurrar o banco do passageiro para a frente, percebeu que o cinto-de-segurança ainda estava preso. Ela saiu do carro sem tirar o diabo do cinto.
E vou te dizer, minha tia está mais para flácida do que para flexível. E antes que você pense que dá, eu mesmo já tentei fazer isso e quase consertei minha escoliose.
domingo, 7 de dezembro de 2008
Senta, que lá vem
Postado por Thiago Padula às 11:58
Marcadores: Histórias avulsas
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Um comentário:
Então quando você fala que encontraram a Bruxa do 71 morta, já pensei que seu tio era na verdade uma arma de destruição e não só o barulho, como o odor chegou a casa da vó dos Mamoninhas...
A do sutiã roxo é meio sem explicação demais pra mim. Talvez um físico nos ajuda, sei lá...
Já a última me fez ter MIL IDEIAS para evitar + dez sessões de fisioterapia...
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