Justificando o fato de todos (menos um) os títulos dos episódios de seu seriado serem sempre "The-alguma-coisa" (The Pen, The Deal, The Betrayal), Jerry Seinfeld disse que ele não queria que os roteiristas perdessem tempo pensando em títulos, e se concentrassem no que era importante - o próprio episódio.
Eu tenho esse problema com títulos. Se você já parou pra reparar aqui no blog, deve ter visto que meus títulos são sempre de mau gosto e, não-raro, não tem nada a ver com o assunto do texto. Porque é realmente complicado fazer isso. Veja bem: o título precisa ser curto, precisa fazer referência ao que você escreveu sem estragar o conteúdo e precisa ser uma boa sacada, mesmo que isso signifique entortar alguma frase-feita.
Não é como dar um nome a uma criança, por exemplo. Um bebê é só um negocinho sem personalidade nem raciocínio, então a não ser que você espere até a pessoa completar 20 anos, não há como dar-lhe um nome baseado em suas próprias características. Uma pessoa chamada Saco de Bosta pode tranqüilamente se tornar um doutor, sem problema nenhum.
Eu sei muito bem que meus títulos vão continuar sendo péssimos, então por isso mesmo decidi fazer hoje, nesse post, uma pequena retratação: ao invés do título não ter relação com o texto, hoje é o texto que não tem relação com o título. Parece a mesma coisa, mas não é: tudo o que eu tinha pra dizer hoje está ali em cima escrito em laranja, e tudo que veio abaixo é só enrolação e saco de bosta.
Pode não significar muita coisa, mas é uma pequena lembrancinha para esses nobres homens de frente que carregam em suas serifas a responsabilidade de portar a voz de todo um emaranhado de pensamentos. Sim, pode não significar muita coisa. E não significa mesmo, o fato é que eu deveria estar trabalhando e estou aqui perdendo meu tempo.
sábado, 24 de novembro de 2007
Hoje é sábado e eu estou trabalhando, e amanhã é domingo e eu estarei trabalhando também e não, eu não recebo hora-extra
Postado por Thiago Padula às 11:11
Marcadores: Inutilidades
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2 comentários:
Cara esse post foi certeiro! Complicado isso. Os (bons) músicos tbm tem dificuldade em nomear suas canções.
Não sou um exemplo de bons títulos, mas sempre tento ser ele um "clapt!" um "pãm!", um "hã?" - aquilo de ser condizente com o texto, curto e inteligente - mas sem entregar o conteúdo. Que inferno!
Geralmente ele é a última coisa que surge, de acordo com o que foi escrito.
Mas as vezes penso tanto, imagino,vou tão além na coisa esperando o genial vir, que ele acaba saindo uma merda absurda. E o "euréka" dele era muito mais simples, era só sair e fumar um cigarrinho, mas eu parei.
Parou de fumar? Que boa notícia!
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