Você já deve saber disso, mas quando se trata de locomoção eu sou adepto do bom e velho (e sujo e caindo aos pedaços) ônibus. Metrô só ocasionalmente, carro idem, trem é raro. Aí tem o táxi.
Não sei aí onde você mora, mas em São Paulo uma viagem normal de táxi custa os olhos da cara. Se for bandeira 2, também custa os olhos, mas não os da cara. Desse modo, antes de eu decidir estender o bracinho, entrar num carro branco e falar sobre o tempo, eu pondero sobre diversos aspectos: se ainda tem ônibus naquele horário, se eu estou morrendo, se é a empresa que tá pagando. Vocês vão me desculpar, mas qualquer um que pegue táxi em uma condição não descrita acima merece mesmo pagar os olhos de outro lugar. Você sabe de que lugar eu tô falando.
De todo modo, aqui em Belo Horizonte eu só me movimento de táxi, porque - condição 3 - é a empresa que paga. Aí funciona assim: eu ligo, peço pra virem me buscar, eles vem, me levam onde eu quero ir, depois eu ligo pra me buscarem de novo, etc. Da empresa pro hotel 5 estrelas. Venci na vida, mamãe.
Então outro dia eu e meu colega de roubada pegamos um motorista loucão, que acelerava na curva, fechava caminhão e dava 100 por hora numa estradinha vagabunda e cheia de óleo. Saindo do carro, o alívio misturado à revolta, prometemos que nunca mais pegaríamos um táxi com aquele cara de novo. Passa o dia, vamos voltar pro hotel, ligamos e esperamos o carro. Adivinha quem?
Vai, na hora foi engraçado. Então dormimos, acordamos, nos preparamos para voltar ao trabalho, ligamos, esperamos, e quem aparece? Yeap.
- Fábio? - pergunta o Mansell
- Não - respondo secamente
Ufa. Três vezes seguidas já era sacanagem. Coitado do Fábio. Segundos depois o mesmo piloto grita novamente, agora ao longe:
- Thiago?
E você pode dizer 'ah, mas é só você ligar na empresa e pedir pra esse cara não vir mais'. Há razão. Mas, cá entre nós, se Deus aparentemente quer porque quer que o bróder seja o motorista, quem é a companhia de táxi pra decidir?
E minha mãe preocupada com o avião...
Escrevi esse texto ontem, quarta-feira. Na quinta, mais uma vez, o taxista foi o supracitado. Tá ficando ridículo.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Vou de táxi
Postado por Thiago Padula às 22:43
Marcadores: Inutilidades, Morte
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Pereira de BH
Liga para a outra cooperativa que está no boleto. Daí você vai ver o que é entrar em estradinha meia boca, cheia de óleo, a 100 ... e num Santana com 400 mil Km em cada roda (incluindo aí o estepe).
Continua nessa do 0800. Ah, e me passa detalhes do piloto, para eu me perder no lobby do hotel da próxima vez.
Abraços!
Esse texto ficou muito bom. É exatamente o que eu sinto sobre táxis aqui em SP. Parabéns! Até meu marido leu e gostou. Beijo, Tati
Postar um comentário