Várias pessoas (duas) me pediram pra escrever aqui minhas impressões sobre o show do Radiohead. Eu bem que tentei ontem, mas quando vi que no texto tinha muito 'lindo', 'maravilhoso' e 'sensacional', parei por aí. Eu sei (e você sabe) que no fundo eu sou só um menino sozinho e cheio de ídolos, mas nesse blog eu tenho que manter a aparência de cara revoltado e 'do mal'.
No post anterior eu disse que o problema do ônibus te tornar uma pessoa pior é inevitável. Errei, e errei grandão. Porque o que todo mundo passou até a hora do show - e principalmente depois - põe no chinelo qualquer viagem Terminal Pirituba - Praça Ramos. Da má educação dos seguranças e despeito dos guardas da CET à zoação das putas da região, li relatos de gente reclamando de praticamente tudo - um ou dois inclusive do show. Mas, em geral, o sentimento foi de que valeu a pena.
Que é mais ou menos o sentimento de recompensa que abate o coitado do burro na busca do raio da cenoura que está sempre a um palmo do focinho, mas nunca chega. Segundo imaginou a organização do evento, de burro e louco todo mundo tem um pouco, e se esse todo mundo ainda topou pagar 200 reais por isso, não dá nem pra restringir as porções desses adjetivos a 'um pouco'. E quando 30 mil malucos berram e se descabelam e, em menor escala, cantam 'I'm a creep, I'm a weirdo', fica difícil tirar a razão da produtora em pensar isso.
Mas o Radiohead juntou seu pequeno exército de esquisitos e entregou a eles o que foi possivelmente um dos melhores shows de suas vidas. O palco era lindo, o set list maravilhoso e a interação entre banda e público sensacional (opa). Grandes shows deixam marcas, e as minhas vão desde a memória nítida de cantar Paranoid Android para o Radiohead até o registro físico de ficar com tantas dores no corpo no dia seguinte que andava como se tivesse sido estuprado por um cavalo.
Podemos até ser bizarros e esquisitos, mas se há algum lugar no mundo a que pertencemos, era na frente daquele palco, naquelas duas horas.
Por isso, senhor secretário do transporte, se quiser evitar que os coletivos virem escola de estressados e psicopatas, dê a cada usuário, quando chegar em seu destino, um show do Radiohead. Como retratação. Porque a gente chia e reclama, mas já deu pra perceber que respeito não é de graça. E, até onde sei, custa mais de 200 reais.
terça-feira, 24 de março de 2009
You and whose army?
Postado por Thiago Padula às 20:35
Marcadores: I hate myself and I wanna die, Música, Verdades
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8 comentários:
Faço minhas as suas palavras.. Amém!
PS.: a minha palavra de verificação é "boato"!!!
"Eu sei (e você sabe) que no fundo eu sou só um menino sozinho e cheio de ídolos, mas nesse blog eu tenho que manter a aparência de cara revoltado e 'do mal'."
Me abraça???
Ai. Eu te odeio. Pensei em escrever o mesmo no meu blog e você escreve antes e melhor.
...
...
Lembrei agora que não tenho blog.
...
...
Ah. Eu também não gosto de RadioHead.
Perguntaram de você no show, e eu disse sua opinião sobre Radiohead ser música de retardado.
Mas por que tantos nicks diferentes, hein?
Chegar não foi fácil, sair foi. Atravessei um viaduto, subi um morro cheio de lama, ROLEI pelo morro cheio de lama, ralei os joelhos e andei uns 5 km a pé para chegar numa dimensão paralela e sem trânsito. Mas cheguei em casa em 15 minutos.
Sei lá meu... Esse é meu nick clássico.
E o que achou do retorno dos hermanos?
Show pra fãs. Banda desentrosada, set list ruim, Amarante bebaço. Mas quem (como eu) arrasta um caminhão por eles se divertiu bastante.
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