domingo, 16 de novembro de 2008

Rir é o pior veneno

Você pode achar que estou falando absurdo, mas eu jamais seria uma boa dançarina do Faustão. E não me refiro exatamente a beleza, habilidade no gingado ou cromossomo 23 (bem, um pouco nesse caso); meu problema é que eu não consigo rir.


Eu descobri isso aos 16 anos, no curso técnico de desenho. Era uma aula de desenho de observação, e eu estava lá sendo o modelo, quando alguém soltou alguma piada sem graça e eu ri (quando se está na frente de um bando de aspirantes a artistas fazendo pose de Gato-a-jato, qualquer um fica vulnerável). A reação, pra minha surpresa, foi de, ahn, surpresa. 'Olha, ele riu!'.

Até então, eu achava que ria pra caralho. Foi quando eu reparei que muitas das vezes em que eu pensava estar rindo, eu estava mesmo era fazendo cara de 3x4. O problema é que eu sou racional demais. 'A chuva cai de pé e corre deitada. É, faz sentido'; 'a portuguesa não percebeu que era o próprio reflexo no espelho e se chamou de puta. Interessante'.

Desde então, eu me esforço pra dar sorrisos amarelos, pra pelo menos não parecer tão antipático. O resultado costuma ser assustador, mas tem ajudado um pouco. Só que se eu fosse dançarina do Faustão e tivesse que sorrir o tempo todo olhando pra cara de milhões de brasileiros de mau gosto, provavelmente teria um derrame no meio do programa.

Seria um sucesso, mas duvido que me contratariam se dissesse isso na entrevista.

2 comentários:

Camis Barbieri disse...

Nem dançarina do Faustão e nem do Fantasia, eu suponho.

Thiago Padula disse...

Fantasia tem um apelo mais trash, então quem sabe...

Nah.