terça-feira, 25 de novembro de 2008

Águas barrentas

Eu sempre achei que deveria ser cantor de blues. Não pela minha habilidade na voz ou na guitarra, mas porque eu gosto de fazer mimimi como ninguém.


Sabe aquela música do Garbage que diz que só é feliz quando chove, quando é complicado, quando a música é ruim e que é tão bom se sentir tão triste? Pois é, você não sabe (nem a Shirley Manson, nem o Butch Vig), mas eu sou o 'I' da música. Eu gosto do céu cinza, eu gosto da melancolia, eu tenho vontade de atirar no meio dos olhos de cada filho da puta que me abre um sorriso. E eu sou feliz assim. =)

Por isso eu acho que deveria ser cantor de blues. Esse negócio de ser designer, de trabalhar em consultoria, de lidar com cliente grande é coisa de gente que quer subir na vida. Não quero nada disso, quero miséria e sofrimento. Eu e meu violão. E também preciso aprender a beber, pega mal um blueseiro abstêmio.

Além disso, eu tenho um fetiche por histórias, sejam elas lendas ou somente bizarras. Ainda que o rock 'n' roll seja recheado delas - do Mike Patton comendo cocô ao Keith Richards cheirando as cinzas do pai, do Jerry Lee Lewis atirando no baixista no palco ao Paul ter concebido 'Yesterday' num sonho (sei) -, o blues ainda guarda as melhores. Tipo, Robert Johnson vendeu a alma numa encruzilhada pra tocar violão feito o diabo; quero ver algum cabeludo de calça apertada quebrar essa.

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