terça-feira, 7 de janeiro de 2014

20 e poucos anos

Meus 20 anos chegam hoje ao seu season finale, quando eu completo 29 verões (apesar de esse estar tão quente que tá valendo por dois) e começo meus últimos 365 dias com um 2 na casa das dezenas. Estou, oficialmente, velho pra caralho.

Eu me lembro nitidamente do meu aniversário de 20 anos: passei o dia todo tentando me matricular no terceiro ano da faculdade (numa epopeia que envolveu eu percorrer o trajeto Freguesia do Ó - Avenida Paulista algumas vezes, graças à minha inépcia no preenchimento de cheques, e um plano frustrado de assistir ao filme do Bob Esponja no cinema porque tem gente que é madura demais pra ver um filme de criança - tuin). No aniversário de 21 eu estive o dia todo em Ribeirão Preto, num evento da empresa, com direito a nipslip das coleguinha e flagra num momento de amor entre o cara do escritório do lado e o motorista do busão - que aliás dormiu na estrada e quase matou a gente MENOS TREPAÇÃO E MAIS PROFISSIONALISMO POR FAVOR SENHOR MOTORISTA. Meus 22 anos começaram comigo segurando o mijo durante toda a madrugada abandonado nas areias do Guarujá após um show apoteótico - digo, apocalíptico - de uma banda que eu precisei ir lá pra descobrir que não gosto. E de lá pra cá o blog já existia, então você pode ir no arquivo se quiser saber alguma coisa.

Mas enfim, foco, estou chegando ao final dos meus 20 e poucos anos e gostaria de destacar os melhores momentos dessa última década, cheia de ______, ______, e arrependimento.

Aprendi a tocar um instrumento
Ah, isso é legal (embora minha mãe discorde). Depois que eu peguei aquele violão que estava emprestado em casa e aprendi como fazia Seven Nation Army, nunca mais parei. Montei uma banda de mentira, montei uma banda de verdade, fiz uns punhado de música, e, o mais importante, não toquei na igreja. Sucesso.

Me formei na faculdade
Nhé.

Criei o fabuloso Vida de bosta
Sim! Hoje praticamente uma instituição, esse valoroso blog começou torto e acanhado como uma maneira de arrumar o que fazer, já que eu tinha me formado na faculdade (nhé) e fiquei um tempão desempregado, o que, descobri, pode te levar à loucura. Nunca um projeto meu durou tanto, nunca um projeto meu atingiu o coração de tantas pessoas (quatro, sendo que um era mineiro de Três Corações), nunca um projeto meu não tenho mais o que falar porque também não tem nada assim de tão especial.

Fiquei careca
Nhé.

Abri meu próprio negócio
Obviamente fracassou em questão de semanas, mas enfim.

Saí da casa dos meus pais
Aquele momento de independência, de encarar a vida adulta com sangue nos olhos e conta de luz debaixo do suvaco, aquela hora em que você diz "não, mamãe, eu não preciso que você lave mais as minhas roupas, agora eu sou um hominho!" Mas aí você descobre que nem a empregada e muito menos você conseguem lavar roupa direito, então acaba levando pra mãe no fim de semana, junto com o edredon, o tênis e as cueca com umas raspada de bosta nervosa, porque sua mãe te ama mesmo sem você saber limpar a bunda direito.

Não tenho nem casa, nem carro, nem patrimônio
...mas olha esse boneco do Finn. Legal, hein?

Comi pizza
Duas vezes. Pra vocês que não me conhecem, eu garanto, é um evento sem precedentes na história da civilização ocidental. Na primeira, na casa de um amigo que detinha minha edição de colecionador do Zelda Skyward Sword (não vou dizer que é só por isso que eu fui até lá), eu estava com o braço rasgado e pingando sangue de uma pequena aventura com a cachorra no veterinário mais cedo. Na segunda, na casa de um certo escritor/quadrinista famoso, poupei-me dos acontecimentos importantes do mundo enquanto a TV estava desligada e o São Paulo era massacrado pelo Atlético Mineiro (não vou dizer que é só por isso que eu fui até lá).

Voltei à pediatra
E esse foi com certeza o capítulo principal dessa temporada, aquele que vai ser inscrito no Emmy.

Não vai ganhar, claro.

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