domingo, 8 de novembro de 2009

Porra, caralho!


A vida é uma caixinha de bosta. Fiquei reclamando por haver dois festivais no mesmo dia, de ter que escolher entre Faith No More e Primal Scream e patatí e patatá; no fim das contas, optei pelo Faith No More; no fim mais finzinho das contas, não comprei ingresso pra nenhum; aí antes de acabarem os créditos, plim!, ganhei a entrada pro Maquinária, que além da trupe de Mike Patton ainda tinha Nação Zumbi, Sepultura, Deftones e Jane's Addiction.

Cheguei já no meio do Jane's, que fez um show bem bom, com o Perry Farrell veadaço pagando pau pro Dave Navarro, que praticamente comeu a guitarra no palco. Been Caught Stealing fica muito melhor ao vivo, mas o grande destaque mesmo eram as duas gostosas seminuas que passeavam pelo palco. Não é um show pra família, senhoras e senhores.

O show do Faith No More, veja bem, era aquele tipo de show que não podia dar errado. Mas também não precisava ser tão... meu deus.

Mike Patton é um demônio no palco. Canta muito - Korn e System of a Down que o digam -, conversa o tempo todo em um inacreditável bom português - habilidade que ele deixou bem clara quando cantou Evidence inteirinha com uma letra absurda no nosso idioma querido -, engole o microfone pra vomitar em seguida, estrebucha pelo chão, vai até a platéia, incentiva todo mundo a gritar 'porra, caralho!' - again, não é um show pra família - e derrama carisma sobre um bando de gente molhada que ria feito besta. Não vou miguelar elogio: foi o melhor performer que eu já vi num palco. Ganha até do Iggy, e por uma boa distância.

O setlist foi quase perfeito, só devendo pela ausência óbvia de Falling to Pieces. De resto, tava tudo lá: From Out of Nowhere, We Care a Lot, Last Cup of Sorrow, Surprise! You're Dead, Easy (pois é), Evidence, Caralho Voador, Ashes to Ashes, Digging the Grave, Midlife Crisis e Epic, que provavelmente foi o ponto alto da bagaça. Puta show, que só não encabeça a lista dos melhores do ano porque isso significaria bater o Radiohead.

O legal mesmo, e que eu não contei ali em cima, é que o tal ingresso que eu ganhei era pra área VIP. Rá! Não me levem a mal, mas é tipo limpar o cu a vida inteira com folha de bananeira e então te apresentarem o papel higiênico. Eu nunca mais quero ir na folha de bananeira. Quero as regalias, quero ficar perto do palco, ganhar brindes legais, ficar rodeado de sub-celebridades - pra você ver a situação, na minha frente estava o cara que ganhou esse último Big Brother, cujo nome eu não sei, mas suponho que tenha um metro e noventa de altura, feladaputa.

Aí você vai achar que eu sou playboy e esnobe. E eu direi: 'caguei'; quando eu quero opinião de pobre, pergunto qual o melhor alvejante pra minha governanta. Recolha-se à sua insignificância.


Não me abandone.

2 comentários:

pathy disse...

Chega de folha de bananeira, ula. agora a gente é playboy!!!!!!

Carol disse...

Hahahah!! NOJO!! Mas foi exatamente o que senti no Oasis..

Pena que não pude ir.. pelo menos não perdi o Radiohead esse ano.. MELHOR SHOW!!!