segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Busquei felicidade, encontrei foi Maria

Maria já habita minha casa há pouco mais de três anos e, durante todo esse tempo, uma coisa me incomoda bastante no nosso relacionamento: eu simplesmente não me sinto digno de receber todo o carinho que ela tem pra dar.

Porque é claro que eu gosto dela demais, apesar do seu notório problema em identificar qual é e qual não é um local apropriado pra cagar, mas como se retribui o amor de alguém que toda vez que te vê rebola, balança o rabo, põe a língua pra fora, pula pra te abraçar e depois sai correndo enlouquecidamente pela casa, arrancando olhos e testículos de quem ousar se horizontalizar no seu percurso? Não há absolutamente nada que eu possa fazer pra retribuir uma atenção dessa. A menos que eu faça a mesma coisa, mas tenho quase certeza de que não serão tão tolerantes comigo quanto aos eventuais danos escrotais.

E, vá lá, eu também não me esforço muito. Raramente levo ela pra passear, raramente divido o pão de queijo e raramente impeço a Grazi, minha prima de 3 anos, de fazê-la de cachorro e sapato. Eu sou, pura e simplesmente, um canalha. Como seu tutor e responsável legal, jamais permitiria que se envolvesse com um cachorro com a mesma personalidade que eu. É esse tipo de bicho que eu espanto a paulada do portão de casa.

Aí me lembrei de um pastor alemão que tinha aqui perto e que se chamava, veja só, Thiago. Há quem fique ofendido por ter seu nome atribuído a um cachorro (assim como muita gente me faz vade-retro por ter batizado minha menina com o nome da mãe de Jesus), mas era um bicho tão grande e bonito e garboso que até vejo razão em imaginar que deveria ser ele o indignado por ter o mesmo nome que eu.

Enfim, voltando: realmente não sei o que fazer pra merecer toda essa paixão. E me aproveitar do fato de que a adoração dela por mim é cega não condiz com a educação que mamãe e papai me deram. Até sinto saudades dos meus gatos, esses esnobes do cacete, porque ele aos menos estavam pouco se fudendo pra minha existência. A esse tipo de atitude, sim, eu estou acostumado.

Mas como gato é o bicho da moda, provavelmente me concentrarei na criação de tartarugas ou rinocerontes. Ou melhor, rinocerontes não. Não depois que eu vi isso:



TCC, juro.

4 comentários:

Edu Melo disse...

Esse texto foi muito insatisfatório. Melhor sorte da próxima.

Thiago Padula disse...

leooon Aparentemente, tem essa vibe de falar "insatisfatório" também. about 8 hours ago from web

Só pra deixar todo mundo por dentro.

Ana disse...

Ganhei um dálmata essa semana. Fui buscá-lo e ele vomitou nos panos que veio enrolado (ao menos não foi no banco do carro).

Feijão está começaaando a se acostumar comigo, embora faça xixi quando me vê. Prefiro acreditar que é emoção e não medo. Até porque sou uma dona boazinha.

Já tive muitos cachorros nessa vida (dê o duplo sentido que preferir à frase). E sempre fui um pouco Felícia com eles. Gosto dessa coisa de "vou te abraçar, te beijar, até te deixar em pe-da-ci-nhos". Cachorros e crianças precisam ser muito apertadas/os para serem felizes.

JP Rodrigues disse...

"Devemos tratar muito bem nossos animaizinhos de estimação, porque eles são os únicos que nos tratam quando chegamos em casa como se fôssemos um dos Beatles!"
Guy Ritchie