terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Porrada!

Vou lhe ser sincero, não quero mais lhe enganar: eu odeio MMA. Simplesmente porque eu não gosto de ver duas pessoas se espancando até que uma escorregue no próprio sangue e rache a cabeça no chão. E, tipo, nem tem Hadouken, nem Fatality, nem nada. Mas sacomé, cada um é cada um, tem quem goste, parabéns pra eles, mas eu tenho coisas melhores pra fazer numa noite de sábado, se é que vocês me entendem.

(Se vocês pensaram em "assistir um temporada inteira de Friends de uma vez só", vocês me entendem).

Me preocupa, entretanto, esse gosto que a gente parece ter por ver duas pessoas caindo na porrada. Eu também não gosto de boxe, judô, karatê, tudessas merda, mas você poderá argumentar que são competições travadas por pessoas preparadas e que sabem dos riscos que estão correndo ali. Ok, muito bem, concordo. Mas o MMA é a glamourização da coisa toda, é o prazer pelo espancamento levado ao Olimpo da sociedade de consumo e da informação; é uma amplificação, com glitter e canhões de luz, dessa coisa menor, mais simples e mais interioriorizada, que é a vontade que a gente tem de ver pessoas se pegando de porrada.

Eu trabalhei no centro de São Paulo por uns sete meses esse ano, e lá pessoas saem na mão dia sim, dia não. Isso faz inclusive parte do folclore da região, também conhecido como O Lugar Mais Legal Do Mundo. Mas o que me chamava a atenção era como as pessoas ao redor da confusão se divertiam: os olhos brilhavam, os sorrisos iam de orelha-a-orelha; era uma felicidade genuína. E eu não vou dizer que não era legal, porque eu acho curioso quando duas pessoas chegam ao consenso de que a melhor forma de resolver o problema que eles tem - qualquer que seja, desde um que esbarrou no outro sem querer até o cara que tacou uma pedra na mãe de alguém - é ficar se chacoalhando no meio da rua. Essas brigas de rua tendem a ser bem ridículas, aliás, o que acrescenta o fator Pastelão à diversão.

Não estou nem fazendo uma ligação aqui, do tipo "as pessoas veem essas brigas na TV e querem sair fazendo isso na rua", porque seria uma conclusão muito simplista e claramente pretensiosa demais, já que eu não posso provar isso. Eu só acho que essa coisa de se divertir com o derramamento de sangue alheio é o tipo de coisa que é comum há incontáveis séculos, e eu esperava que a humanidade já tivesse achado um jeito de superar isso. Mas até aí, com cada pensamento atrasado que eu vejo voltando à moda ultimamente, deveria é agradecer que nós ainda não estejamos oferecendo virgens em sacrifício pra aplacar a ira de algum demônio.

Bosta, não devia dar ideia.

Um comentário:

Leon Santiago disse...

http://www.youtube.com/watch?v=H46ukakAM7k