sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

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É muito provável (a preguiça me impede de ter certeza) que eu já tenha escrito aqui meus sentimentos sobre todo esse lance de reveillon, ano novo, promessas, mandingas, etcéteras. Ano novo tem nada demais, e só costumava ser especial pra mim porque eu tinha férias no fim do ano - o que não rolou dessa vez, veja a tragédia. Mas então que esse 2011 já começou todo maluco.

Primeiro porque no último dia 7 foi meu aniversário. Normal, tem todo ano. Mas dessa vez, um pouco por praticidade, outro por curiosidade, fui compelido a comemorá-lo, um negócio que eu não fazia, voluntariamente, desde os 10 anos (quando eu tive uma super festa dos Cavaleiros do Zodíaco - todos os aniversários depois desse ficaram apagados, como se empolgar?). Eu acho um tanto desconfortável isso de reunir um grupo de pessoas com o objetivo de celebrar a si próprio: além de ser egocêntrico até dizer chega, eu simplesmente não sei - e não soube - ser o centro do que quer que seja. Meu papel é ficar de canto lançando comentários inconvenientes sobre o que os outros estão conversando. Mas, esquisito ou não, é legal estar perto de um monte de pessoas que você gosta e que fingem que gostam de você.

Segundo porque eu vou me mudar nesse fim de semana. É uma ruptura radical na minha vida por dois aspectos: eu vou viver longe das asas dos pais, essas pessoas que estranhamente me amam tanto a ponto de ir comprar refrigerante no mercado sem eu precisar pedir; e vou viver em um lugar que não seja aquela casa escondida nos fundos do quintal do meu vô na Freguesia do Ó, de onde eu nunca saí. Agora estarei na zona sul, perto do metrô, numa rua em que as crianças não jogam bola, as pessoas não traficam drogas nem tocam pagode na calçada. Parece que vai ser uma merda, mas vamos acompanhar.

Agora a má notícia: coisas novas acontecendo significa coisas novas pra postar. Vocês provavelmente serão obrigados a ler sobre minhas desventuras na mudança, meus contratempos lavando banheiro ou meus colegas de lar e vizinhos me odiando por eu ouvir Bob Dylan (ou, como diz minha mãe, 'aquela ladainha') alto durante a madrugada.

A vida sempre vai ser de bosta, mas de vez em quando é bom dar descarga pra abrir espaço pra uma bosta nova, né.

3 comentários:

Otávio Pacheco disse...

Eu tive uma vida de bosta no meu reveillon. Fui pra Ubatuba com os amigos da produtora, umas 15 pessoas, uma puta casa, numa praia linda, muito sol, churrasco... etc. Tomei um porre no segundo dia e nos dias seguintes caguei até a minha alma. Perdi 4 kilos em 4 dias. A maior caganeira que já presenciei em toda a minha existência. Dois dias de jejum e vários dias jogado no sofá (ainda bem que o pessoal levou um videogame com GTA, assim pude ficar matando pais de família e me senti um pouco mais leve).

Comecei 2011 cagando. Mal deu 9 horas da manhã eu acordei no meio do processo. Quase fudeu tudo, graças a deus o banheiro estava vazio e pude salvar a minha alma. Depois dessa humilhação final eu voltei pra casa com o rabo entre as pernas. Esse ano começou de forma estranha.

Renato disse...

Padula, você falou sobre o seu aniversário mas não falou que foi em uma BALADA GAY. Vamos lá, meu bom, desembucha. Como é que minha referência de hétérossécssuálismo foi comemorar seu "niver" em uma BALADA GAY? Conta, conta!

Anônimo disse...

Sabe que eu fico puta copm essa história de todo mundo ter a obrigação de passar o 31/12 mostrando os dentes mesmo que não esteja nem um pouco afim? Saco isso...