Depois de quatro anos de um blog escrito por mim, essa pessoa que não sustenta uma conversa por cinco minutos, previsível que assuntos e sentimentos se repitam. Mas a gente muda, o mundo muda, a audiência muda, então não custa às vezes voltar num tema antigo.
Hoje eu quero falar de gente feliz. Se você, estimado e pimpão leitor, é uma pessoa feliz, positiva, saltitante, satisfeita, gostaria de já deixar bem claro que, ainda que possa depender de outros, a felicidade é meio que coisa nossa, egoísta e tal. Portanto, não se deixe abalar pelo que eu vou falar aqui. Você tem que cagar pra nós, esses monstrinhos cinzentos praguejadores. Você chegou lá, parabéns.
Mas eu tenho que representar o outro lado da corda, o daqueles cínicos filhos da puta que querem te matar. Porque é muito, muito difícil aguentar gente feliz. Gente alegre. Gente que sorri. Gente que aprecia a companhia de outra(s) pessoa(s) que está(ão) no mesmo recinto que você. Dá vontade de morder os dedos até deixá-los em carne viva. Gente feliz é um caralho, um entojo. Gente que se diz apaixonada pela vida. Eu sei que o amor é cego, mas pera lá, aí já é demais.
Tem duas coisas que todo mundo busca: dinheiro e felicidade. Você não gosta que algum rico fique esfregando dinheiro na sua cara, então entenda o quanto é repugnante toda vez que você gargalha e suspira por algo que nem é tão engraçado assim. E aquela sua foto de óculos escuros numa paisagem linda sorrindo de orelha a orelha? Tô olhando pra você nela e vendo um machado enferrujado enterrado no meio do seu crânio. Para de esbanjar, seu esnobe do cacete. Se a gente quisesse ser feliz, pelo menos tentaria. Respeita nosso gosto pela miséria, faz favor.
'Oh, mas que coração negro, por que tanto ódio?', é o comentário padrão. Não é ódio, e meu coração é daquela cor bizarra igual o de todo mundo (não aquela bunda invertida que você desenha, veja bem). Mas é que não tem nada de errado em ser assim. Não é errado gostar de ouvir Radiohead, não é errado pensar em coisas escabrosas nem se detestar e achar que é tudo uma merda. Pelo contrário, é saudável, não deixa o cérebro ser engolido pelo mofo da felicidade (que deve ser um algodãozinho rosa sorridente).
E vamos ser justos, o que eu disse pra um vale pra outro: também é um saco gente que fica esfregando tristeza na cara dos outros. Ninguém gosta disso, e deve ser tão irritante quanto o vomitador de alegria. Esse texto não tem nada a ver com isso, tem a ver com falar mal pelo puro prazer de fazê-lo. Coisa de quem tem ódio no coraçãozinho negro, sabe?
Aliás, 'coraçãozinho' não, vá se foder.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
É melhor ser alegre que ser triste
Postado por Thiago Padula às 20:10
Marcadores: I hate myself and I wanna die, Verdades
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3 comentários:
Ou seja, o teu direito de dizer o que sente termina onde começa o meu direito de não querer saber porra nenhuma, kkkkk
Gostei do Post.
Melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existeeee... Tô vendo você cantando isso com os dedinhos girando no ar! =D
Tire seu Sorriso do Caminho, que Eu Quero Passar com a Minha Dor
Nora Ney, 1972
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