Pega a ideia de um desfile de moda: o cara ou a mina põem lá uma roupa bizarra estilosa, andam numa passarela de uns cinco metros de comprimento, param, olham com desprezo pra ralé da calça jeans, dão meia volta e se vão. É chato, né? É chato pra caralho.
Então pega a ideia de um desfile de escola de samba: centenas de caras e minas põem lá uma roupa fantasia estilosa bizarra, sambam numa passarela de um quilômetro de comprimento, sempre sorrindo e suando como se estivessem entrando em ponto de fusão. Junto a eles, 'carros' colossais feitos de isopor e papel crepon (dá-lhe desprezo), multicoloridos e algo articulados, cheios de luzes e famosos que você nunca ouviu falar. Se um desfile de moda é chato pra caralho, um desfile de escola de samba é chato pra caralho multiplicado por alguns milhares.
Fora que é um negócio rígido pra cacete: tem um determinado tempo, tem que dançar o tempo todo, tem que fazer isso e tem que fazer aquilo. É gasto um puta tempo, trabalho e dinheiro (ganho honestamente, claro) durante um ano inteiro, e um deslize pode mandar tudo à merda. Aliás, sabe como descobrimos que foi tudo mandado à merda? Assistindo a uma transmissão de duas horas que se resume a um cara falando o nome da escola de samba, pausa, um número de zero a dez. E há quem vibre com isso. Faziam isso na minha escola, durava dois minutos, e era um pandemônio.
Não vou ser aqui cuzão e dizer que não gosto do carnaval, porque carnaval é muito mais que escolas de samba. Tá, eu também detesto o axé, o trio elétrico, os abadás, as marchinhas, as serpentinas, as propagandas sobre o uso de preservativos. Mas, gente, é um feriado de quatro dias e meio. E não é como se me obrigassem a participar dessas atividades todas, então nem me machuca. Machuca é ficar o sábado de carnaval inteiro sentado numa bateria de Guitar Hero e acordar no dia seguinte com uma dor nas costas miserável.
Tenho a impressão de que as propagandas sobre o uso de preservativos não se dirigem a mim. Só impressão.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Hoje a festa é na avenida
Postado por Thiago Padula às 21:19
Marcadores: I hate myself and I wanna die, Verdades
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3 comentários:
As de preservativo não. Mas, quem sabem, as de Cataflan Emulgel?
Santo remédio meu véio, santo remédio...
Eu poderia fazer uma analogia assim também com futebol. Quer ouvir?
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