domingo, 13 de dezembro de 2009

Vai ter que rebolar




A gente tem, né, que saber lidar com as muitas situações que essa vida boba joga na nossa cara. Saber se virar, é, basicamente, o que difere os homens dos animais. Tipo, joga um cachorrinho na jaula de um leão e ele vai ser devorado. Joga uma pessoa e daqui a pouco você vai ver o desgraçado enfiando a cabeça na boca do cabeludo pra fazer graça.

Tem esse jogo, Scribblenauts, que funciona assim: você está num certo cenário, tem que fazer uma certa coisa. Pra fazer essa certa coisa, você pega um caderninho, escreve o nome de algo e plim!, tá lá esse algo pra você usar. Quer subir num lugar? Escreve 'escada'. Quer cavar? Escreve 'pá'. Quer mergulhar? Põe 'submarino'. Muito divertido, bem sacado, genial, yada yada yada.

Se você ligou os dois primeiros parágrafos, vai sacar que o jogo é uma emulação com pinceladas absurdas do tal 'se virar' que eu falo lá no começo. Eu sempre soube que era um cara sem recursos (sempre o mesmo drible pra dentro, sempre as bordas arredondadas, sempre as piadas com bosta), mas nunca imaginei que pudesse levar um tapa na cara tão forte de um DS.

Porque toda vez que a coisa aperta no jogo, eu chamo o pterodáctilo. É, aquele. Toda vez. E, vamos lá, se eu depender de um animal pré-histórico pra me livrar das enrascadas da vida, eu tô, basicamente, bem fudido. Já fiz um imenso esforço pra não depender tanto da minha mãe, que tá viva e saudável e pode, efetivamente, me ajudar, imagina como deve ser precisar de um pterodáctilo pra tudo. Já vi muita gente dizendo que nasceu na época errada, mas isso é ridículo.

Claro, você pode dizer que, ao contrário do jogo, provavelmente um pterodáctilo não seria tão útil no dia-a-dia. Concordo. Acho pouco provável que um réptil voador vá me ajudar a negociar um salário maior ou a dar ideia numa mina. Então eu fico simplesmente esperando que eles me paguem mais e elas cheguem em mim. É uma tática, até funciona, mas é pouco pra quem deveria colocar a cabeça na boca do leão.

E aí vai chegar um paulistano chato e dizer 'ah, mas eu queria um pterodáctilo pra não precisar pegar trânsito'. Em matéria de reclamação, meus conterrâneos são mais sem recursos que eu.

2 comentários:

Carol disse...

Eu quero jogar!!!!! tem como?? :)

Patricia disse...

Eu rí demais Padulas. Muito xênio querer ter um pterodáctilo.