sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Retrô

Acaba um ano, nada muda. Mas como eu pouco escrevi nesse blog em 2011, e tenho certeza que você está curiosíssimo pra saber quais as coisas superemocionantes que aconteceram na minha vida de merda (só de sacanagem) nos últimos 364 dias, aí vai uma lista, não ordenada, das mais importantes.

Uma observação: talvez algumas coisas aí pareçam ridículas ou fora da realidade, mas é assim que eu sou.

  • Mudei de casa, pra longe dos meus papais
  • Comprei um Nintendo 64
  • Comprei um Wii preto, mas não me entregaram
  • Consegui meu dinheiro de volta, o que pra mim é uma grande vitória (entenda que eu sou tão palerma que se uma pomba cagar na minha cabeça eu peço desculpa por ter obstruído o caminho até o chão)
  • Assisti o Primal Scream, o Teenage Fanclub, o Black Rebel Motorcycle Club e o Eric Clapton
  • Revi o Pearl Jam, o Faith no More e o Sonic Youth
  • Fiz um show (não foi ótimo)
  • Comi pizza (sério)
  • Passei dos 60 quilos (sério)
  • Reabri minha lojinha
  • Conheci Community, Louie e Parks and Recreation
  • Não corri nenhum risco de vida, o que eu não sei se é bom ou ruim
  • Não posso dizer o mesmo de Cecília, a minha gatinha, que foi assassinada na manhã do dia 12 de outubro
  • A micose nas unhas do meu pé sararam (e esse ganha o prêmio de grande acontecimento positivo do ano)
E, bem, é isso. A você, amigo leitor, que 2012 seja melhor do que foi o meu 2011. Não é difícil, mas enfim.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Distribuindo a gentileza

Domingo passado (ou ontem) eu fui passear com os meus pais, dessas coisas que você faz quando é criança ou quando é eu. Nós pegamos a caratuba de Pirivana caravana de Pirituba e fomos até Barra Bonita, uma pequena cidade do interior de São Paulo que tem outro rio Tietê, embora eles insistam em dizer que é o mesmo. Aí que basicamente lá rola uma volta de navio por uma eclusa - um elevador de água que dizem ser uma fantástica obra de engenharia quando todo mundo vê que é bruxaria pura - e pelo rio durante longas paisagens que só tem água embaixo, um pedaço de terra no meio e o céu acima. Água, terra e ar, vejam bem, só falta o fogo pra chamarmos o Capitão Planeta.

"Não, amigo, falta também o coração"

E é sobre isso que eu quero falar. Como aparentemente a principal atividade turística da cidade são os passeios de navio, vários deles saem ao mesmo tempo e fazem o mesmo percurso. E nos momentos em que os barcos se cruzavam, acontecia algo que me chocava intensamente: as pessoas acenavam, davam tchau, mandavam beijos para as pessoas dos outros barcos.

"O que está acontecendo?!", pensei, transtornado. Por que essas pessoas não estão mostrando o dedo do meio, mandando tomar no cu, disparando aquela agressividade gratuita que faz nós sermos o que somos de verdade? Nada. E aquilo me fez refletir, sabe. Sobre como realmente é mais gratificante ser legal com as pessoas, sobre como o amor traz mais conforto que o ódio, sobre como gentileza gera gentileza. Por que não ser bacana com outras pessoas? Por que não ser educado, atencioso, prestativo? O que aconteceu conosco (não venha me dizer que eu sou o único, te conheço) que tudo precisa ser sarcástico, ríspido, cortante, feroz? Por que vivemos a vida como se estivéssemos nos comentários de um blog?

E aquela simplicidade, aquela ternura de pessoas que nem devem ter acesso à internet porque estão velhas demais pra conseguir entender esses vídeos pornográficos de baixa definição que jorram por aí me tocou. Me fez ser melhor. Me mostrou que não é só o aceno ou o "bom dia", mas é o sentimento positivo permanente que vale a pena. Só isso já te faz querer acordar todo dia.

Então passa uma lancha com um cara deitado de bruços e todo mundo começa a gritar "bicha, bicha, bicha". Cambada de filhos da puta.