sábado, 22 de janeiro de 2011

Informe publicitário


Então a amiguinha Paty (link 1, pra todo mundo; link 2, para as meninas), que esteve na Campus Party (ou continua estando, sei lá até quando vai essa porra), descolou essa foto aí, repousando esse patético blog nas mãos dessa moça bonita conhecidona nas internets (link 1, para os normais, como eu; link 2, para os pervertidos - eu não).

Primeiro foi o Bob Dylan (a mensagem apagou, é que faz muito tempo), agora a Mirian Bottan. Futuro de sucesso para o Vida de bosta?

Hahaha, ai ai.

Fight for your right

Uma das coisas essenciais de quando você mora num lugar em que não há uma hierarquia familiar (ou, pros mais burros, longe dos pais) é saber brigar. Tem que brigar, tem que bater boca, tem que assustar esses pobres trabalhadores de serviços diversos de que você depende pra sua vida ficar mais confortável. Dar porrada, é.

Então eu comprei uns móveis nas Casas Bahia (dedicação total a todos nós) e marquei a montagem pro último dia 15, dia em que eu também levaria minha mudança para a casa nova. Então chega a mudança, passa tudo pra dentro de casa, espera o moço vir montar e ele não vem. Ele. Não. Vem.

Tudo bem, por mim. Mas não, não pode. Tem que brigar, tem que dar porrada, tem que se indignar. Então eu tento fingir que tô puto (algo que se assemelha à baranguinha tentando ser sexy, simplesmente não é natural), ligo na segunda feira e só dá ocupado. Ligo na terça e alguém atende:

- Casas Bahia, Fulana, em que posso ajudá-lo?
- Então, Fulana, eu marquei a montagem dos meus móveis pro dia 15 e ninguém veio.
- CPF, por favor.
- Xixixis, zerozerozero, laraiá.
- Só um momento, senhor.
...
- Senhor, o montador disse que esteve na residência no dia marcado às 10h50 da manhã e não havia ninguém.

Já percebendo que o errado sou eu, porque só cheguei lá depois desse horário, tento dissimular:

- Nossa, que estranho...
- É uma casa com dois cachorros?

Nessa hora já começo a ser tomado pelo pavor, porque além de estar certa, ela começa a me humilhar.

- É, é isso... é que, veja bem, então...
- O montador retirou novamente o serviço ontem, senhor, mas tem um prazo de um a três dias...

Percebendo a batalha perdida, tento levar a conversa para outro rumo:

- Não, então, eu liguei na verdade pra agendar a montagem para o próximo sábado, porque durante a semana não fica ninguém em casa.

- Tá blz sr thiago está agendado um abs tudo de bom ksas bahia agradece clic

Uma hora depois toca o celular. É o outro morador do lar, avisando que o montador foi lá, terça feira mesmo, e tinha gente lá, e o cara montou lá. Ou seja, errei tudo. Tudo.

Minha carreira como gestor do lar começou desastrosa. Ou seja, dentro do esperado. Aguardemos os próximos capítulos.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

11

É muito provável (a preguiça me impede de ter certeza) que eu já tenha escrito aqui meus sentimentos sobre todo esse lance de reveillon, ano novo, promessas, mandingas, etcéteras. Ano novo tem nada demais, e só costumava ser especial pra mim porque eu tinha férias no fim do ano - o que não rolou dessa vez, veja a tragédia. Mas então que esse 2011 já começou todo maluco.

Primeiro porque no último dia 7 foi meu aniversário. Normal, tem todo ano. Mas dessa vez, um pouco por praticidade, outro por curiosidade, fui compelido a comemorá-lo, um negócio que eu não fazia, voluntariamente, desde os 10 anos (quando eu tive uma super festa dos Cavaleiros do Zodíaco - todos os aniversários depois desse ficaram apagados, como se empolgar?). Eu acho um tanto desconfortável isso de reunir um grupo de pessoas com o objetivo de celebrar a si próprio: além de ser egocêntrico até dizer chega, eu simplesmente não sei - e não soube - ser o centro do que quer que seja. Meu papel é ficar de canto lançando comentários inconvenientes sobre o que os outros estão conversando. Mas, esquisito ou não, é legal estar perto de um monte de pessoas que você gosta e que fingem que gostam de você.

Segundo porque eu vou me mudar nesse fim de semana. É uma ruptura radical na minha vida por dois aspectos: eu vou viver longe das asas dos pais, essas pessoas que estranhamente me amam tanto a ponto de ir comprar refrigerante no mercado sem eu precisar pedir; e vou viver em um lugar que não seja aquela casa escondida nos fundos do quintal do meu vô na Freguesia do Ó, de onde eu nunca saí. Agora estarei na zona sul, perto do metrô, numa rua em que as crianças não jogam bola, as pessoas não traficam drogas nem tocam pagode na calçada. Parece que vai ser uma merda, mas vamos acompanhar.

Agora a má notícia: coisas novas acontecendo significa coisas novas pra postar. Vocês provavelmente serão obrigados a ler sobre minhas desventuras na mudança, meus contratempos lavando banheiro ou meus colegas de lar e vizinhos me odiando por eu ouvir Bob Dylan (ou, como diz minha mãe, 'aquela ladainha') alto durante a madrugada.

A vida sempre vai ser de bosta, mas de vez em quando é bom dar descarga pra abrir espaço pra uma bosta nova, né.