terça-feira, 12 de outubro de 2010

E eu fui no terceiro dia do SWU



... e meio que foi aquilo que todo mundo falou (e já dizia que ia acontecer meses antes, o que dá um toque de má vontade à coisa): desorganizado, caro pra cacete, etc.

Nem dá vontade de falar sobre o lance da sustentabilidade, porque não acho que ninguém aqui engoliu essa. Não tenho números e não sou especialista (ajuda eu, João?), mas acredito que, pra começo de conversa, a não realização desse show já ia poupar muito lixo e energia. Depois, na moral, separar sustentabilidade de igualdade social (pista premium e pãns) é meio trouxa, coisa de quem se foca demais num problema que é muito maior.


E aí tem o meu problema pessoal com festivais, que é o seguinte: eu os odeio. Porque são vários meios-shows, às vezes (como foi no caso do SWU) costurados pela falta de bom senso de escalar bandas semelhantes. Não é um problema do ponto de vista artístico, é um lance de descaso da plateia.

Porque um dos três shows que eu queria muito ver era o do Yo La Tengo, que tá longe de ser uma banda popular, e tocaria naquele palco antes do Avenged Sevenfold (de quem eu nunca tinha ouvido falar e, oremos, nunca mais ouvirei de novo). Pois a plateia estava cheia de fãs dessa última aí, que estavam cagando pro que rolava no palco. Conversando, gritando, cantando, pulando, totalmente alheios ao (puta) show que tava rolando. Só pararam pra prestar atenção quando Ira Kaplan começou um de seus tradicionais surtos no final, o que causou um certo estarrecimento do pessoal que nunca viu um guitarrista sair da escala na vida.

Por sorte, não ocorreu coisa semelhante com o Pixies, a outra atração alternativa da noite, já que os fãs da banda seguinte (o Linkin Park) estavam no palco ao lado, xingando pra ninguém ouvir. E, vou te confessar, o show foi até melhor do que eu esperava. Teve todas os 'hits' (Where's My Mind, Monkey Gone to Heaven, Hey, Bone Machine, Velouria, Gigantic, Wave of Mutilation), conectados por uma cacetada de grandes músicas (a maioria do espetacular Doolittle), num volume bom e pra um público que cantava tudo e sorria pra tudo e gostava de tudo - era jogo ganho, afinal. Deixa a molecada gritar ao lado.

E antes do Pixies teve o Queens of The Stone Age, a banda que mais se aproximou da unanimidade nos últimos dez anos, num show curto (atrasou uma hora) e demolidor, daqueles que até quem não conhece a banda curte. O som começou baixo, mas depois melhorou e foi só alegria, bom o bastante pra entrar no meu top 5 da vida.

Musicalmente, esse um terço do festival que eu assisti foi excelente. Mas, convenhamos, essa é a parte fácil de se fazer um evento. E, pra ser honesto, não vi nas minhas andanças nenhuma escabrosidade que fosse muito mais escandalosa que em outros festivais e shows grandes do tipo (em relatos, aí sim, vi coisas muito piores), mas isso não é desculpa. Precisa parar com esse negócio de achar que é frescura não gostar de entrar num banheiro sujo ou não ter um ônibus esperando na porta, porque é por isso que todo mundo tá pagando, e alguém tá enchendo o cu de dinheiro enquanto nego sofre achando que tá roots. É uma pena que quem é idiota como eu (não sei se você tá nesse bonde, manifeste-se) ainda se sujeite a essas coisas só porque é a única oportunidade de ver aquela banda que gosta tanto, mas parece uma rua sem saída: sempre vai haver público grande, então pra que se preocupar?

Sexta feira estarei lá eu tentando descolar um ingresso pro Paul McCarney. E a merda continua.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Loser wear

Daí que, motivado por uma das minhas cento e trinta investidas diferentes esse ano em busca de prazer produtivo, resolvi fazer uma camiseta desse blog pra mim. Não é pra divulgar (não tem a URL, pode ver) nem pra vender, fiz só de alegre mesmo. E, claro, tinha que mostrar aqui.

Não repare o amarrotamento, ela ficou dois dias na mochila.

domingo, 3 de outubro de 2010

Fortalecendo a democracia: dia 1

Então hoje foi minha primeira participação efetiva como barman da tal festa da democracia (aliás, ponto a favor: é bem minha cara uma festa em que ninguém se diverte). Alguns fatos que rolaram:

  • Os velhos votam até mais rápido que os jovens
  • Crianças votam mais rápido que todo mundo
  • Um cara grande e gordo e com cara de "vá se lavar que eu vou lhe usar" entrou na cabine e o celular dele começa a tocar num volume inacreditável de alto (nem meu amplificador chega nesse barulho). O toque? Oops!... I did it again.
  • Ninguém ia votar no Tiririca. Sei
  • Muita gente vota sem saber o que está fazendo
  • Mas a maioria vota sabendo o que está fazendo. Já não sei o que é pior
  • Tinha uma mulher chamada Claudelícia (fiquei com vergonha de falar o nome dela em voz alta, então a apelidei de 'moça')
  • Só existe uma mulher bonita entre todas as eleitoras da 168ª seção da 327ª zona. Ela tem 45 anos
  • Tem gente que só tá lá pra te foder 
  • Já tem uma puta fila faltando mais de uma hora pra começar a votação
  • Reza a lenda que em outra seção uma pessoa levou 20 minutos pra votar
  • Minha mãe vota duas salas ao lado e não passou pra me ver. Pos no mundo e agora fica com vergonha
  • Nunca vi tanta Sonia, Sueli, Severino, Sebastião e Terezinha na vida
  • Todo mundo tem mãe chamada Maria
  • 18/09/1986: não sei o que aconteceu nessa data, mas os títulos de eleitor de quase todo mundo foram emitidos nela. Coincidência? #sabotagem
  • Ninguém sabia que precisava votar em dois senadores. Resultado? Em São Paulo, 22,23% dos votos foram brancos e 32,58% nulos (até o fechamento dessa edição)
  • Não é tão ruim assim. Pra ser sincero, pode ter sido o melhor dia de trabalho trabalhado da minha vida. A cinco minutos de casa, é tão bom que não parece verdade. E ainda ganhei 20 reais de vale refeição
É isso. Como vocês não foram bróder e não votaram na Dilma, no segundo turno estaremos lá de volta. Agora vai dormir com raiva do 'povão', vai.