sábado, 29 de setembro de 2007

In your ass

Estou com uma espinha, grandinha até, na parte posterior da coxa. Sei, talvez você imagine que eu tenha dito que a espinha está na coxa pra não dizer que está na bunda, o que seria bem constrangedor, mas não é verdade.

Porque eu já tive uma espinha na bunda.

Isso foi há uns 4, 5 anos. Ela era enorme, e se alojou bem no meio da nádega direita, bem ali onde vai o parafuso dos bonequinhos articulados. Era extremamente desconfortável, não vou negar. Pra sentar era particularmente difícil, e aí, como deus é bom, na mesma época um caminhoneiro burrão derrubou a ponte da Freguesia do Ó, fazendo com que todo o tráfego da região fosse desviado, fazendo com que o trânsito aumentasse bem consideravelmente, fazendo com que eu tivesse que ficar três horas no ônibus sentado de lado.

Aí aconteceu que um dia eu fui tomar banho (era sábado, como pode-se deduzir) e, ao tirar a cueca, tive a mesma espantosa sensação que toda menina tem no auge de sua puberdade: eu estava menstruado!

Certo, essa foi a primeira conclusão, que, grazadeus, estava errada. Era, sim, a minha espinha, como uma borboleta, largando sua forma original pra se transformar num belo espetáculo de sangue e pus explodindo como fogos de artifício no céu de uma noite chuvosa.

Um belo final, hein?

Outro dia conto da vez que esqueci de limpar a bunda depois de uma cagada e sentei com o cu sujo no lençol limpo da cama.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Idiot wind blows everytime you move your teeth

Não sei quem mudou, se eu ou ela (possivelmente os dois), mas eu gostava da MTV. Também não sei se já contei aqui, mas essa coisa de roquenrôu é nova na minha vida, tem só um punhado de anos que eu decidi me entregar à apologia da distorção. E, nesse tempo, a MTV foi tipo minha mentora.

Hoje eu não suporto mais. Não agüento aquelas vinhetas sem sentido, não agüento a empáfia do povo que trabalha lá, não agüento o senso de humor terrivelmente sem graça deles, não agüento aqueles VJs que acham que têm uma profissão, não agüento os programas da matriz estanudidense que eles injetam em doses cavalares na programação.

Mas mesmo assim, há de se dizer, ainda é a emissora de TV aberta mais criativa que a gente tem. Depois da (e você pode torcer o nariz, mas há de concordar) Globo.

Aí ontem teve aquele VMB, que é um combo de cenas constrangedoras com roupa de festa importante. Não vi, pra ser sincero, mas durante alguns momentos acompanhei pelo rádio, em volume inaudível, pois teimaram de interromper a programação da minha estação favorita pra passar isso.

Teve uma hora que eu fiquei ouvindo a Hora do Brasil, juro.

O VMB é um retrato muito triste da nossa juventude. Porque, estranhamente, a MTV tem um poder de influência infinitamente maior do que o coerente pra faixa de audiência que eles atingem. Desse modo, dá pra fazer um rápido estudo antropológico do futuro da classe estudada do nosso Brasil. Sem pudores, sem frescura: um país que celebra o NX Zero merece morrer.

Por empalamento.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Se sente mal?

Sábado de manhã eu fui doar sangue, mas fui reprovado. Já havia acontecido a mesma coisa há uns três anos atrás, quando fui doar pela primeira vez.

Tempo pra você pensar no motivo da minha inadmissão.

Nas duas vezes, assim que eu dizia que não havia podido doar, logo replicavam:

- Por causa do peso, né?

Dessa última vez, ainda houve uma resposta diferente:

- Ah, anemia?

O que mais me assusta nas respostas, além do julgamento quase sempre igual, é que ninguém sequer perguntava por que, e logo respondia, como se a resposta fosse tão óbvia que seria uma tolice perguntar o motivo. E isso me faz pensar na imagem que as pessoas têm de mim, quesito aparência.

Manja aquele episódio em que todos perguntam pro Seu Madruga se ele se sente mal? Então.

Eu tenho mais de 50 quilos, não sou anêmico, não sou desnutrido e, modéstia a parte, meu sangue é ótimo, e pode alimentar as veias de qualquer pobre enfermo, independentemente do tipo de sangue que o moribundo carregue. Pensando bem, a única coisa boa em mim é meu sangue, e mesmo assim o rejeitam.

Só pra constar, o motivo das minhas reprovações é um sopro minúsculo no coração. Coisa besta mesmo, nem sinto, e só preciso de um atestado liberatório do cardiologista pra poder distribuir meu sangue sensacional aos menos favorecidos. Mas fico a pensar se o tal menos favorecido não sou eu na verdade, pois tantas pessoas que vêem em mim um rascunho de ser humano não podem estar erradas.

domingo, 23 de setembro de 2007

Baby, you can drive my car

Ontem, sábado, dia 22 de setembro, rolou em São Paulo um certo 'dia mundial sem carro'. A idéia, caso não tenha conseguido deduzir, era de que todo mundo deixasse seu carro em casa e saísse por aí de bicicleta, ônibus, metrô, ou na caminhada mesmo. Ou em outra opção não citada.

Passei o dia inteiro andando por essa cidade. Fui doar sangue no Hospital das Clínicas, depois fui pra Paulista, depois pra Mooca, depois pro Morumbi ver meu amor jogar (o São Paulo, não o Richarlysson. Ou sei lá como escreve o nome dele). Em todos esses lugares você via carros e carros e carros, pra lá e pra cá, pra cá e pra lá, pra cima e pra baixo, de um lado pro outro.

Não que eu esperasse que o dia mundial sem carro não fosse um fiasco, mas foi interessante pelo menos para observar as discussões que a data suscitou. E a tecla mais batida é a questão da pobreza e ineficiência do transporte coletivo na cidade.

Concordo, claro, sou vítima cotidiana da lástima que é o transporte coletivo paulistano. E olha que, em meus 22 anos de experiência no setor, já observei muitas melhorias. Da qualidade dos transportes à própria organização em torno deles, as coisas têm melhorado. Mas como oferecer um transporte decente a toda a população de uma cidade que é gigantesca? Não só no número de habitantes, mas na amplitude geográfica, a cidade de São Paulo é tão grande que pra chegar em certos pontos dela você leva três horas num dia sem trânsito.

Fora que comprar carro é muito fácil, seis milhões de prestações e você tem lá seu uninho na garagem. Algumas estatísticas dizem que a cada dia 800 carros novos passam a circular na cidade. E tome trânsito.

Não sei se é vício de raciocínio, mas só eu acho que não tem solução e a hecatombe se avizinha?

Dylan sabe tudo

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Dênis, tênis, pênis

Os motivos que circulam o relacionamento de um homem e seu pênis são tema para anos e anos e séculos de estudo. Está acima da relação entre a mãe e o filho, o torcedor e o time, a Maria e eu.

É também uma relação que se caracteriza pelo corujismo, ao menos em parte. Existe sempre aquela tendência do dono em exagerar as qualidades do aparelho, mas ninguém nega que a imagem do pênis é a coisa mais repugnante que pode ser processada pelo cérebro de alguém.

Não é exagero. Pegue um exemplo clássico, as embalagens de cigarro: nas mensagens desencorajadoras do verso, sempre há o 'ministério da saúde adverte...' e uma foto ilustrativa. Se a mensagem versa sobre o risco de ocorrer câncer no pulmão do fumante, lá está uma foto de um pulmão, nu e cru, apodrecendo sob a chaga do fumo. Se a mensagem fala sobre necrose, mostra lá a canela asquerosa do pobre fumante. Mas se fala sobre impotência sexual, a imagem mostra um... cigarro.

Eu posso ver um feto abortado num vidrinho e um sujeito com a laringe arregaçada, mas não posso ver um pau mole. 'Não, isso seria forte demais, devemos usar o bom senso', pensaram os criadores da campanha.

Essa é a prova cabal de que, no fundo, eles não querem que as pessoas parem de fumar. Ninguém liga se ingerir veneno de rato ou tiver uma perna amputada, mas se a pessoa vir, ali na caruda, que botando aquela fumaça toda pra dentro ela corre o risco de não ver seu ponteiro sair do zero, aí o número de fumantes irá diminuir drasticamente.

Tamanho é o apreço do homem pelo seu pipiu que as maiores atrocidades da História tiveram início por causa de ciúmes ou estranheza peniana. Homem nenhum admite que seu pênis seja menor que o de outro, e aí quando aportaram pela primeira vez na África e viram aqueles negões nus com seus bambus raspando os tornozelos, logo trataram de escravizar todos pra mudar o foco da atenção. Mesmo a Segunda Guerra Mundial, e poucos sabem disso, foi provocada pois Hitler achou muito estranho aquele negócio dos judeus cortarem fora seus capuzes.

Mas acho que, se pararmos pra raciocinar, veremos que isso tudo é a mais pura bobagem. Um pênis é só um mijador (e nisso ele é insubstituível) que pode ter outras atribuições, as quais eu não vou citar porque acho que todos aqui têm mais de 9 anos. Se você, seu namorado, ou alguém que você conhece tem esse caso de paixão mortal pelo próprio bilau, fale disso com seu médico. Eu falaria.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

The song remains the same

Eu tenho aqui pra mim uma teoria de que o Led Zeppelin é a maior banda de rock de todas. Eles são o centro e o rock n' roll os orbita.

Não é questão de preferência, eu mesmo gosto até mais dos Beatles e do Nirvana, é uma questão mais racional. Olha só, o rock começou como uma variação do blues. Aceleraram o menino, botaram a mulherada de saia rodada pra dançar, arranjaram um branquinho bonito de vozeirão pra servir de rei e voilá! That's roquenrou.

Do blues acelerado, o rock chegou ao peso. As saias rodadas viraram jaquetas de couro, o blues virou metal. A partir daí, tudo é derivação, nem tudo é rock.

E o que é o Led Zeppelin senão a união do blues com as guitarras pesadas? É o elo que liga a música de dança com a música de caveira. É o posto mais alto da instituição, é o heaven cuja stairway todo mundo ainda está subindo. É A MAIOR BANDA DE ROCK N' ROLL EVER!

Certo. E daí? Daí que isso aqui, ó:

Led Zeppelin volta para show único no dia 26 de novembro, em Londres
Da Redação

A banda britânica Led Zeppelin, uma das mais influentes da história do rock, anunciou nesta quarta-feira que reunirá os remanescentes de sua formação original (o vocalista Robert Plant, o guitarrista Jimi Page e o baixista John Paul Jones) para um único show em homenagem ao executivo Ahmet Ertegun, morto no ano passado. O show será realizado no dia 26 de novembro na O2 Arena, em Londres, em benefício da Ahmet Ertegun Education Fund, que financia bolsas de estudo nos EUA, Inglaterra e Turquia.


Agora fodeu. Se eu perder isso, serei uma pessoa incompleta. Mas como ter isso? Arrrgh!!!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Pra boi dormir

Estou escrevendo isso num momento de desânimo total. Bode, preguiça, saco-cheio, whatever. Como não há motivo para escrever, além do desânimo, provavelmente esse post vai se transformar numa massa de frases desconexas que não levam a lugar nenhum.

Estava me perguntando, dia desses - hoje. Agora mesmo -, por que inventam tantos meios diferentes de comunicação e diálogo se a gente nunca tem nada pra falar?

Olha só: antigamente você podia conversar cara a cara, ou mandar uma carta. Em séculos distantes, a carta poderia levar dois meses pra chegar. Então você precisava dizer tudo que fosse realmente importante, pois o autor de uma carta era como uma estrela distante: você está ali vendo, mas talvez já tenha morrido.

Aí inventaram o pombo-correio, o telégrafo, o telegrama , o telefone, e a cada passo iam-se ampliando as possibilidades e diminuindo o tempo de conversa, para aproximar a experiência de um diálogo de verdade, cara a cara e tal.

Hoje existem mecanismos de conversação aos montes: quando o telefone não era chato o suficiente para lhe atazanar a vida, inventaram o celular, porque aí você não consegue fugir. E também veio e-mail, mIRC, ICQ, MSN, Skype, scrap e o caralho a quatro.

Minha pergunta é: por quê? Por que a gente tem que tá sempre conectado um ao outro, se falando, se tocando virtualmente, se a gente não tem nada pra dizer?! O que pode acontecer de tão interessante na nossa vida o tempo todo pra gerar assunto pra tanta conversa? Ou será que eu sou a única pessoa trabalhando num escritório enquanto todos estão em safaris na África ou escalando as montanhas do Himalaia?

Há os que digam que a modernidade e o anexo tecnologia afastaram as pessoas. Discordo. Acho que tudo isso aproxima as pessoas, só que com a vantagem de não haver o contato físico. Imagine você e seus 500 'amigos' espremidos no mesmo lugar pra falar sobre as nulidades que conversam sempre pelo meio digital.

'Ah, mas se rolasse uma breja...'. Boa. Séculos e séculos de evolução, de desenvolvimento, pesquisas, empenho, pra simplesmente substituir uma cerveja. E, chupa, humanidade, ainda não conseguimos.

Como eu disse lá no primeiro parágrafo, 'provavelmente esse post vai se transformar numa massa de frases desconexas que não levam a lugar nenhum'. Pois bem, eu posso ser um monte de coisas (ou nada), mas sei cumprir uma promessa.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

A melhor defesa é a defesa

Esse post você não é obrigado a ler (os outros sim, entendido?), até porque, e eu posso compreender, sometimes a inveja cega e não nos permite assimilar as coisas bonitas do mundo.

Vou começar com uma digressão: lá pela minha distante juventude, tempos em que eu tinha cabelo e sonhos, eu era um maníaco jogador de futebol. Jogava na escola, nos campinhos, na rua, na chuva, na fazenda. Um dia entrei (entrei é modo de dizer, eu era membro fundador =P) para um time e me colocaram pra jogar na zaga.

Eu sou bem ridiculamente fraco, né, sempre fui (como já disse mais enfaticamente aqui), e, embora hoje eu tenha uma estatura normal, em tempos passados eu era bem bem pequeno, o que me torna o total oposto do biotipo típico de um zagueiro. Mas aí sabe como é, quem sabe jogar vai pro ataque, quem não sabe vai pro gol. Como já tinha um goleiro, fiquei na zaga. E acabei me saindo surpreendentemente bem - ou não, se pensar bem: o papel do defensor é destruir jogadas, e nisso eu sempre fui ótimo; só precisei me focar em destruir unicamente as jogadas do adversário.

Eu gosto de futebol, e acho que todo mundo que gosta de futebol (a.k.a. pessoas de bem) prefere ver um jogo bonito, bem jogado, com dribles incríveis, passes maravilhosos, gols de placa. Mas eu, pela minha experiência, sei também ver beleza no trabalho da defesa. Vibro às vezes mais com um desarme bem feito que com uma finta desconsertante. Um carrinho daqueles impossíveis que acerta só a bola e deixa o atacante rolando é quase o nirvana.

Sendo assim, muito me agrada ver esse time do São Paulo (a.k.a. melhor time da história do universo) jogar, principalmente pelo incrível trabalho de defesa. Como são paulino, já vi vestirem aquela camisa defensores terríveis, e hoje mais do que nunca sei dar valor a isso.

Futebol pragmático, de resultados, fim do futebol-arte, os adjetivos e comentários sobre a soberania da defesa sobre o ataque são inúmeros. Em outros esportes coletivos, a defesa é a parte mais importante. Veja a comemoração da torcida num bloqueio no vôlei ou num toco no basquete. É sensacional. E isso nada impede que o jogo seja bonito, pelo contrário.

Mas como eu disse, você não precisava ler isso. Pode estar se remoendo de inveja, eu entendo, faz parte. Também ficaria assim se torcesse para um time de casta inferior, é absolutamente normal. Mas, se já leu tudo isso aqui, não se preocupe. Relaxa e chuuuuuuuuuupa!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Another brick in the wall

Voltei a estudar. Ontem, munido da minha mochila e do meu celular com FM fui até a Consolação, insólito terreno Mackenzista, para levar meus parcos conhecimentos em design um passo à frente.

A coisa mais marcante pra mim foi o banheiro: tinha cheiro de banheiro de escola. E não falo de cheiro de mijo, ou qualquer coisa assim, mas um odor talvez psicológico, que a gente sempre associa com algo. Sabe cheiro de dentista, cheiro de hospital, cheiro de casa da vó? Então, lá tinha cheiro de banheiro de escola, e só isso já foi uma agradável recordação, excluindo aí o aspecto repugnante da coisa.

E aí teve aula, eu aprendi coisa nova, anotei o nome da professora, me enfureci com os alunos que paravam o troço de cinco em cinco minutos pra fazer uma pergunta absolutamente estúpida, travei um duelo particular com o cara da máquina do lado (tudo na paz, tudo na paz), e cheguei em casa maior tarde, como em tempos passados. Mas o resultado foi bem positivo, e mal posso eu esperar pela próxima aula.

E o salário, ó...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Tempos difíceis

Como boa parte das vezes em que fico em débito com o blog eu chego aqui e ponho um vídeo pra tapar buraco, não vou fazer diferente hoje.

A musiquinha é do Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho, e chama 'Tempos difíceis'. Justificando com a piada fácil, nesses tempos em que sertanejos se travestem de roqueiros tem sido cada vez mais difícil achar uma boa canção pop, e, bem, aí está ela. Não é uma puta música nem nada assim, mas é bem gostosa e deixa aquela atmosfera irritante de 'caraio, onde eu já ouvi isso?'.



Logo logo eu devo vir com texto novo. Enquanto isso vai assobiando essa.